"O Estado brasileiro não é propriedade do governante, deste ou daquele partido que está exercendo o poder. Nem de grupos econômicos poderosos. O Estado tem que ser democratizado e estar sob controle público"
Olívio Dutra é fundador do Partido dos Trabalhadores. Embora tenha sido governador do Rio Grande do Sul (1999-2002) e Ministro das Cidades (2003-2005), continua a cultivar hábitos simples. Ao lado de sua biografia de lutas como sindicalista e de seu compromisso implacável com a ética e a participação popular, seu desprendimento em relação às benesses do consumo do mundo capitalista o tornaram uma figura emblemática no partido.
"Em qualquer mandato que o PT exercer tem que estar a semente da transformação, e não da acomodação. Essa é a grande questão para o nosso partido"
As palavras de Olívio sintetizam as aspirações da militância do PT de Campinas, ao engajarem-se na luta pelo rompimento imediato com o governo do Prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). Em recente entrevista, Olívio aponta uma série de desafios colocados para o PT no Brasil, mas que fazem um sentido ainda mais profundo para nós em Campinas, diante da conjuntura que assola nossa cidade. "Lutar por condições de vida dignas para a classe trabalhadora e por uma partilha justa das riquezas do nosso país". São estes os compromissos que nos inspiram a continuar lutando. Compromissos que, acreditamos, continuam vivos nos corações e mentes dos militantes do PT de Campinas.
"O PT não é um partido que surgiu de cima para baixo, dentro de gabinetes do Legislativo e do Executivo. O PT veio de baixo para cima, é um partido que surgiu de uma parte considerável dos movimentos sociais, na luta contra a ditadura militar, na luta por condições de vida digna para a população trabalhadora e uma partilha justa das riquezas do País. O PT não pode, de repente, passar a ser um partido da acomodação, da conciliação permanente, que aceita o jogo político do toma lá, dá cá."
À esquerda: Sérgio Buarque de Holanda, Olívio Dutra e Lula / à direita: Olívio Dutra e Lula |
"O discurso do Estado mínimo, dos neoliberais, está desgastado por conta da crise financeira internacional. Os países do capitalismo central tiveram que recorrer ao socorro do Estado. E é a sociedade que tem que controlar o Estado e não o contrário. Um partido sério, quando exerce governos ou mandatos, deve buscar avançar nisso."
Olívio Dutra, liderança sindical presa por liderar a primeira greve dos bancários do Rio Grande do Sul em 1979 durante a Ditadura, militante de primeira hora do partido, fala do futuro que queremos para o PT de Campinas como se estivesse dirigindo-se diretamente a nós, sob medida.
Confira a entrevista na íntegra no site do PT do Rio Grande do Sul: http://www.ptrs.org.br
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